Bolinhos de Beterraba

em 30 de abril de 2020

Hoje trazemos uns apetitosos bolinhos de beterraba como sugestão. Esta é das nossas receitas favoritas. Não se deixem enganar pelo elevado número de ingredientes - a receita dá pouco trabalho e merece bem cada segundo que lhe dedicarem na cozinha. No Ayurveda há um termo em sânscrito que assinala o facto de nós comermos com os cinco sentidos, com as emoções, com os pensamentos e com a informação que a nossa mente processa a cada milésimo de segundo. Ahara é, nem mais nem menos, que a dieta ayurvédica que nos diz como uma alimentação saudável nutre não apenas o corpo, mas também a mente e o espírito. A comida é utilizada no nosso corpo com quatro propósitos básicos: nutrir os sete tecidos (dhatus); fornecer-nos energia; ser depositada em forma de gordura e usada em períodos de debilidade, de doença ou de inacessibilidade a fontes alimentares; e como experiência sensorial. Sim, o que a comida nos faz sentir é tão ou mais importante do que os valores nutritivos. No Ayurveda é tudo uma questão de equilíbrio, moderação, ritmo e consistência. Criem horários certos para as vossas refeições e oiçam o que o vosso corpo vos pede.


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Granola Caseira

em 27 de abril de 2020

Quem gosta de comer granola ao pequeno-almoço? Nós adoramos e, por isso, decidimos fazê-la pela primeira vez em casa. Vale muito a pena. Basta terem alguns cereais, fruto secos, um qualquer adoçante e óleo. Fazer granola em casa é sinónimo de saber aquilo que estamos a comer. Das últimas vezes que fomos ao supermercado, decidimos ler o rótulo (algo que agora fazemos sempre com qualquer alimento) de uma granola que costumávamos comprar e assustámo-nos com a quantidade de estabilizadores e emulsionantes contidos. Jurámos que, a partir daí, íamos começar a fazer a nossa própria granola. Este foi o resultado da nossa primeira. Simplesmente divinal!


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Caril de Batata Doce e Ervilhas de Quebrar

em 24 de abril de 2020

Hoje trazemo-vos um delicioso caril de batata doce e ervilhas de quebrar. Já sabem como adoramos este tipo de ervilhas. O caril - ou curry - é apenas um termo anglo-saxónico que serve para descrever uma masala (mistura de duas ou mais especiarias). Ou seja, não há nenhuma planta que nos forneça esse pó. Dependendo da região da Índia (de onde é originária esta mistura), costuma conter açafrão, feno grego, coentros, canela e gengibre. Esse tal 'caril' foi introduzido no ocidente pelos mercadores indianos, aquando das suas expedições e viagens no final do século XVIII. Todos podemos fazer caril em pó em casa, tendo as especiarias certas. Nesta receita, além do 'caril' em pó, usamos folhas de caril. Estas sim, oriundas de uma planta. Não tendo nenhuma relação com o caril moído, tal e qual o conhecemos, estas folhas de sabor amargo e adstringente dão um toque marcante à comida e ajudam a promover o sistema digestivo, além de possuírem propriedades anti-inflamatórias, anti-oxidantes e anti-microbianas. O seu uso remonta de há milhares de anos a esta parte e serve para realçar o sabor dos alimentos que acompanha, tal como a folha de louro - mais comummente usada no nosso contexto.


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Lasanha Branca de Couve-Flor e Amêndoa

em 22 de abril de 2020

Comer saudável não é sinónimo de deixar de ter prazer à hora da refeição. É essa a ideia que temos vindo a passar e é com isso em mente que hoje vos apresentamos esta deliciosa lasanha branca de couve-flor e amêndoa. Em termos dóshicos, esta receita é win-win. Se é verdade que, por um lado, a amêndoa é um fruto seco pesado e oleoso - desequilibrando pitta e kapha -, por outro, a couve-flor, de sabor adstringente, pacifica esses doshas. A constituição vata obtém benefícios ao ingerir amêndoas, pese embora o sabor adstringente da couve-flor não ser o mais indicado para este biótipo. Assim, esta lasanha procura não deixar ninguém de fora. O creme de amêndoa, por si só, é de comer e chorar por mais. Podem-no 'transportar' para outro prato de massas que confeccionem. Mas é nesta lasanha que ele se sente em casa. E, segundo as normativas da Direção Geral de Saúde, é nela que deve ficar... por tempo determinado, até não resistirem e encaminharem esta receita para as vossas papilas gustativas.




Feijão Preto com Especiarias

em 21 de abril de 2020

A nossa sugestão de hoje é um fantástico feijão preto com especiarias. É importante deixá-lo de molho na noite anterior à sua confecção. Primeiro, porque demorará muito menos tempo a cozinhar; segundo, porque irá criar menos gases no nosso processo digestivo. O bicarbonato irá ajudar a amaciar o feijão e a aliviar os gases nele contidos. Quanto às especiarias utilizadas, todas vão auxiliar a nossa digestão, promovendo o agni. Pela primeira vez nesta jornada que partilhamos convoco estamos a utilizar alho. A sua natureza rajásica não é benéfica para a nossa mente, pois estimula-a em demasia. No Ayurveda, o alho é visto como um antibiótico e um anti-inflamatório que serve para tratar várias doenças. Deste modo, em condições normais, não precisaremos desse estímulo alimentar continuamente. Tudo pode e deve ser consumido com moderação e em consciência, mas a preferência deverá recair sempre em alimentos que 'aclarem' e iluminem a nossa mente - alimentos sátvicos. Quando comemos algo agradável e temos consciência disso, é meio caminho andado para haver esse equilíbrio na nossa alimentação... e na nossa mente. Este feijão comprovou-o!


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Chutney de Cenoura

em 19 de abril de 2020

Querem fazer algo saboroso com aquele resto de cenouras que têm no frigorífico? Este chutney de cenoura é uma óptima sugestão. Depois de termos sugerido há umas semanas um fantástico chutney de maçã, hoje trazemos um legume, também ele da época. Quanto ao gengibre utilizado, é, no Ayurveda, considerado um superalimento. É excelente para o aparelho digestivo, facilitando a criação de enzimas que facilitam a nossa digestão. Além disso, possui propriedades anti-inflamatórias e anti-virais que dão um boost ao nosso sistema imunológico, sobretudo em quadros de gripes e de vírus - ideal para a conjuntura que vivemos actualmente. De sabor picante e energia (virya) quente, tende a pacificar as constituições frias - vata e kapha - e a agravar pitta - um dosha quente. Mas, se és pitta, não desanimes. Este chutney também é para ti. O sabor doce da cenoura cozida e do óleo de coco é refrescante e pesados e, por isso, ideal para balancear o fogo (agni) contido, quer nas especiarias aqui usadas, quer no teu estômago.


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Arroz Aromático com Ervilhas de Quebrar e Castanhas do Brasil

em 17 de abril de 2020

Não sabemos se já vos dissemos, mas adoramos ervilhas, sobretudo as de quebrar. Por isso, hoje decidimos sugerir este delicioso arroz aromatizado com uma boa dose de sementes de cominhos (para nós, a especiaria mais importante na cozinha ayurvédica), com as ervilhas e castanhas do Brasil (também conhecidas como castanha do Pará). As ervilhas, de sabor adstringente - frio, seco, pesado - são mais indicadas para constituições kapha e pitta (doshas tipicamente mais húmidos). As castanhas, por sua vez, sendo um fruto oleaginoso, contêm a gordura indicada para equilibrar a constituição vata. As pessoas com este dosha predominante tendem a ter uma digestão irregular, pelo que a introdução de alimentos mais oleosos tem um efeito benéfico no seu agni. O arroz, juntamente com os cominhos, irão ajudar a equilibrar todas as constituições, o que torna esta refeição recomendada para todos. Tal como, aliás, a canela. Esta especiaria tem um sabor doce e picante que é benéfico para o equilíbrio de vata e pitta (pelo sabor doce) e de kapha (picante). Lembram-se do nosso molho de tahini e coentros? É uma óptima sugestão para acompanhar este arroz aromático. Bom apetite!


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Bolo de Alfarroba e Cacau

em 15 de abril de 2020

Este é o nosso bolo favorito. A alfarroba sabe a chocolate, parece chocolate, mas não tem os efeitos nefastos do chocolate. Não tem glúten, lactose nem açúcar, o que faz com que uma fatia a mais nunca seja demais. Nesta receita optámos por usar açúcar mascavado em vez do refinado. O primeiro tem valores importantes de cálcio, magnésio, fósforo e potássio, enquanto o segundo tem apenas valores residuais desses minerais. Enfim, além de amplamente mais saudável que outros bolos ou sobremesas, esta sugestão é ultra deliciosa. Entre todas as 'gulosices' que já confecionámos e provámos, esta é, de forma consensual, aquela que nos enche mais as medidas. Experimentem fazer aí em casa e depois digam-nos de vossa justiça. Como sobremesa ao almoço ou ao lanche, a salivação é garantida.


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Kitchari de Lentilhas Germinadas

em 13 de abril de 2020

O uso de germinados é uma prática recorrente na cozinha ayurvédica. Em termos nutritivos, é considerado um alimento vivo. Imaginem a energia necessária que uma semente necessita para se transformar em planta. Essa energia, ao ingerirmos germinados, é transmutada para o nosso corpo e para o nosso organismo. Têm um efeito alcalino, o que ajuda a purificar o sangue e a proteger o nosso sistema imunitário. Têm um teor elevado de vitaminas, minerais, antioxidantes e clorofila. Hoje em dia, grande parte das pessoas vive obcecada com as proteínas que consome e esquece o nível de fibras. As fibras são responsáveis pela redução da absorção de gorduras e toxinas no organismo que geram doenças graves, nomeadamente do foro intestinal. Por serem consumidos frescos, os germinados são uma ótima fonte de fibras. Basta deixá-los em água de um dia para o outro. De seguida, diariamente, lavá-los, escorrê-los, tapando-os com um pano húmido. Cá em casa, quando germinamos alguma leguminosa ou semente, vamos retirando ao longo dos dias (a partir do 2º ou 3º dia estão prontos a ser consumidos) para juntar à nossa refeição e vamos sentindo as diferentes texturas e sabores deste alimento. Nesta sugestão, usamo-lo no kitchari, com arroz basmati e curgete ralada. É uma boa forma de comer diferente, da mesma fonte (a lentilha, neste caso).


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Nabo com Batata Doce e Especiarias

em 11 de abril de 2020

Sabem aqueles dias que abrem o frigorífico e veem um legume solto e não sabem o que fazer com ele? Foi o que se passou hoje com o nabo! Entre colocá-lo numa sopa juntamente com outro legume mais proeminente ou dar-lhe protagonismo num prato principal, optámos pela segunda via. Apesar de utilizarmos as mesmas porções de batata doce e de nabo, a batata não rouba o protagonismo ao seu companheiro de prato. O nabo tem um sabor adstringente (seco, frio e pesado) e é ideal para quem tem pitta - tipicamente húmido, quente e leve - como biótipo. Falando em sabores - ou rasa, em sânscrito -, sabiam que cada um dos seis sabores percebidos na língua se desdobra em apenas três no pós-digestão? O doce e o salgado têm um efeito doce; o ácido tem efeito ácido; o picante, o amargo e o adstringente têm efeito picante. Este efeito pós-digestivo tem o nome de vipaka e mostra a forma como os tecidos do nosso corpo absorvem os nutrientes daquilo que ingerimos. Por outras palavras, não basta estarmos atentos aos seis sabores para saber o que faz bem a cada dosha. No Ayurveda cada caso é um caso. Cada corpo e cada indivíduo merece atenção plena. Não há uma receita milagrosa que funcione com A e com B. Daí a importância de nós próprios, em consciência, escutarmos aquilo que o nosso corpo nos pede.


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Molho de Tahini e Coentros

em 9 de abril de 2020

A nossa sugestão de hoje é um molho sem gorduras refinadas. Ou seja, saudável e igualmente delicioso. O tahini é concebido com sementes de sésamo e a sua origem, segundo rezam as crónicas, remonta ao século XIII. As qualidades doce, oleosa e pesada fazem deste ingrediente a escolha perfeita para as pessoas de constituição vata, combatendo a propensão destes indivíduos para a secura em excesso, que acelera o envelhecimento. Além disso, por ser um ingrediente grosso e denso, traz estabilidade às mentes mais agitadas, também características de vata, providenciando enraizamento. Por este motivo, o tahini é a escolha perfeita para pessoas tipicamente ansiosas. Em termos de propriedades nutritivas, é rico em proteínas, contém ainda valores consideráveis de cálcio, ferro, vitamina B, fósforo e potássio. Na nossa sugestão, a lima (ácido), o agave (doce) e o sal (salgado) constituem os três sabores que pacificam a constituição vata. A existência dos restantes três sabores nesta receita - picante (pimenta preta), amargo (levedura de cerveja) e adstringente (coentros) -, demonstra o quão importante é termos os seis sabores (rasa) presentes numa mesma refeição. O equilíbrio gera-se a partir daí. Falaremos mais noutras ocasiões dos seis sabores e de como os elementos predominantes destes influem em cada dosha, também eles regidos por elementos característicos.


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Queijo Vegetal de Caju e Batata Doce

em 7 de abril de 2020

Este queijo vegetal é simplesmente fantástico. Ideal para quem não processa muito bem produtos lácteos e, ainda assim, adora comer algo com o pão. O sabor (rasa) doce cruzado da cenoura cozinhada, do caju e da batata doce é benéfico para as constituições pitta e vata. Estes doshas têm qualidades (gunas) tipicamente leves e móveis e, por isso, beneficiam do aspecto pesado e de enraizamento do sabor doce. No Ayurveda, além de ser importante considerar a constituição de cada indivíduo, é fulcral saber os efeitos que cada um dos seis sabores (doce, ácido, salgado, picante, amargo e adstringente) provocam em cada biótipo. Neste exemplo, se é verdade que o sabor doce equilibra pitta e vata, também é verdade que agrava o outro dosha, kapha. Porquê? Porque este dosha já tem as características presentes no sabor doce - pesado, lento, letárgico, frio/fresco. Então, ao ingerir alimentos doces, irá agravar a sua configuração momentânea (vikruti), dissonante do seu prakruti (constituição natural). Na ciência ayurvédica, só há saúde plena quando o prakruti coincide com o vikruti. A própria doença é caracterizada pelo desequilíbrio nos doshas. Assim, a nossa rotina, os hábitos, a alimentação e a profissão podem-nos fazer distanciar do equilíbrio desejado. Temos de estar atentos àquilo que ingerimos a nível físico, energético, mental, subconsciente e da própria consciência (o plano mais subtil de todos). Isto tudo não significa que devamos deixar de comer determinadas coisas. Tudo tem de estar em equilíbrio. Urge escutarmos os sinais do nosso corpo. Urge barrar este queijo, por exemplo, com o nosso pão de forma de sementes.


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Couve-Flor de Açafrão

em 6 de abril de 2020

Saudades da couve-flor? Nós também! Por isso, depois da anterior sugestão deste legume presente no Kitchari do Mar, hoje levamo-lo ao forno com a companhia agradável do açafrão e sob supervisão do sal rosa dos Himalaias e do ghee. A couve-flor é um alimento que pacifica as constituições Pitta e Kapha e que agrava Vata, já que tem como elementos predominantes espaço e ar, exactamente os elementos presentes no Dosha Vata. Cada Dosha corresponde a uma força energética fundamental que rege os princípios psicofisiológicos do nosso corpo. As pessoas cuja constituição predominante é Vata beneficiam de alimentos húmidos, gordurosos e oleosos. Tudo o que sejam alimentos crus (frutas pouco maduras, alfaces), alimentos leves e secos, bebidas e refeições frias, agravam Vata. Pelo que, para gerar equilíbrio, há que introduzir elementos opostos à natureza leve, subtil, móvel, áspera, seca e fria deste Dosha. O açafrão tem um efeito tridóshico, ou seja, é pacificador para os três Doshas. Como têm visto, a nível de temperos, é quase sempre uma opção para nós. A cor amarelada que veem nos pratos advém exatamente deste ingrediente. O açafrão tem propriedades únicas: ajuda na desintoxicação do fígado, é um ótimo agente contra alergias, fortalece o sistema imunitário e ajuda à digestão por ser um alimento com sabor picante, amargo e adstringente e, assim, com efeito picante pós digestivo (vipaka) - o nosso estômago precisa desse fogo (agni) bem ativo. Quanto às sementes de cânhamo também presente na receita, falaremos delas noutra oportunidade. Tal como o açafrão, também estas sementes são consideradas um superalimento. Tirem a couve-flor do forno e façam-na envolver-se com a couve-lombarda ou outra folhosa ao vosso critério e sejam felizes.


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Trança de Legumes

em 5 de abril de 2020

Sobrou sopa do jantar do dia anterior e querem comê-la ao almoço com algo diferente, saboroso e saudável? Esta trança de legumes é a sugestão perfeita para surpreenderem aqueles com quem vão partilhar a refeição. Para já, deixem-nos dizer que se têm sopa atrasada, não deviam. Lembram-se que um dos desígnios do Ayurveda passa por comer sempre alimentos frescos? Pois é. Comecem a medir bem as quantidades que cozinham, consoante o número de pessoas à mesa. Atenção, este não é um convite para mandar comida para o lixo. A comida é sagrada. Porém, tudo o que entra no wok, frigideira ou panela, preferencialmente, tem de servir para nutrir o nosso organismo nesse momento/refeição. Se, como nós, adorarem esta trança de legumes, nunca na vida vão deixar que esta sobre para mais tarde. Os legumes utilizados são todos sátvicos (cenoura, couve-coração e curgete). A escolha da farinha de espelta na massa é bem mais saudável do que a mais comum - a de trigo. Na perspectiva ayurvédica, a espelta é mais fácil de digerir pelo nosso organismo do que o trigo, pois as suas características são mais condizentes com as do nosso fogo digestivo (agni). Além disso, contém muito menos glúten (e o que tem é mais solúvel) e menor grau de modificação e processamento genético. Experimentem começar a cozinhar os vossos bolos, pão e sobremesas com farinha de espelta. A vossa saúde agradece. Quando a mente reconhece que os nossos hábitos alimentares têm a saúde como fim, a degustação de qualquer prato saudável torna-se uma bênção. Na cozinha ayurvédica, os fins justificam os meios e vice-versa.


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Sopa de Tomate Assado

em 4 de abril de 2020

Querem dar mais sabor à vossa sopa? Nós aproveitámos o facto de já termos utilizado o forno de manhã para assar os legumes lá. E que boa opção! Como o equilíbrio é uma peça-chave no Ayurveda, cozinhar um legume rajásico, como o tomate, com outros dois sátvicos (batata doce e cenoura) acaba por tornar-se benéfico. Porém, é recomendado haver uma predominância de alimentos sátvicos nos nossos pratos - aqueles que aumentam a nossa harmonia e a clareza da mente. Quando há uma tendência da nossa parte para procrastinar (tamas em excesso), então, é benéfico introduzir alimentos rajásicos na alimentação, promovendo movimento e mudança na nossa mente. Como em tudo, comer apenas alimentos sátvicos não será benéfico se estes forem demasiado cozinhados ou condimentados. Tal como não será sensato ingerirmos alimentos estimulantes (rajásicos) quando nos preparamos para dormir. Aquilo que comemos interfere na nossa mente e o nosso estado mental interfere na forma como digerimos o que ingerimos. Por exemplo, estando depressivos, é normal comermos mais açúcares refinados. Isto só vai incrementar o estado desequilibrado em que a nossa mente se encontra. A nossa sugestão de hoje não compromete o equilíbrio... dos sabores e da mente. Sirvam-se!


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Muffins de Cenoura e Gengibre

em 3 de abril de 2020

Estes deliciosos muffins de cenoura e gengibre são a prova cabal que o nosso paladar e as preferências alimentícias mudam com os anos e, sobretudo, como os hábitos alimentares que adotamos ao longo da nossa vida. Comer um queque que não leva ovos, leite ou chocolate e que, em vez disso, tem a cenoura e o gengibre (além da laranja) como ingredientes predominantes? Se fôssemos crianças, mandávamos a nossa mãe comê-los! Agora, duram pouco tempo cá em casa... Na fronteira entre o queque comum e a queijadinha, a nível de textura, estes muffins são ideais para acompanhar com um chá ao lanche ou como sobremesa, ao almoço. Ao longo destas últimas semanas de partilha, as receitas que temos dado a conhecer são o fruto de muita criatividade e experimentação. O mais importante é estarmos conscientes no momento em que cozinhamos e em que comemos. Estar consciente é estar presente e, sobretudo, Ser essa presença. O momento em que vocês veem e leem as nossas receitas é um momento que decorre da sua confeção e degustação aqui em casa. Tenham isso presente em vós e sintam o amor, a dedicação e a consciência que prestamos à cozinha e ao que temos aprendido e vamos continuar a aprender com esta ciência, o Ayurveda.


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Dal de Coco e Lima

em 2 de abril de 2020

Hoje trazemo-vos um delicioso Dal de coco e lima. Já falámos aqui do uso sistemático deste prato na cultura indiana. Nesta sugestão, as lentilhas fazem-se acompanhar pelo coco e pela lima. A lima é um fruto indicado para os três Doshas (vata, pitta e kapha). É um fruto amargo no sabor, porém, com efeitos alcalinos no nosso corpo. É rico em vitamina C e, por isso, nutre o nosso sangue, desintoxicando-o. Quanto ao coco, muitas vezes considerado um superalimento na medicina indiana, é pacificador para vata, mas, sobretudo, para a constituição pitta. A árvore que produz os cocos - coqueiro - é considerada uma árvore divina (kalpavriksha) para os indianos e isso dá-nos algumas pistas do quão benéfico é este fruto para o nosso organismo. Nesta receita usamos coco em quatro formas distintas (leite, óleo, lascas e ralado)! O óleo de coco pode ser usado como bálsamo directamente no nosso corpo: pele, cabelo e dentes! Justificando o porquê de utilizarmos tantas vezes este óleo como "gordura" nos nossos pratos, este, ao invés de outros, é mais facilmente metabolizado pelo nosso fígado e utilizado como energia, não sendo acumulado como gordura como o são outros óleos. Como se os motivos ligados à saúde não bastassem, o sabor do coco é um acrescento de prazer aos pratos, seja no pequeno-almoço, prato principal, bolos ou sobremesa. Porém, como em tudo na alimentação, convém não limitar a nossa dieta ao uso exclusivo do óleo de coco. A utilização de azeite, de ghee ou de óleo de sésamo pode e deve ser alternada com a sua utilização. Por ora, usufruam deste Dal, tal como nós.



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Pão de Forma de Sementes

em 1 de abril de 2020

Nos dias que hoje vivemos temos sido convidados a ser engenhosos. Não há muitos sítios em casa onde possamos dar azo à nossa criatividade como na cozinha. Fazer pão caseiro tem sido um hábito para nós, mesmo antes da questão do vírus se instalar na sociedade. Convidamo-vos a lerem os rótulos daqueles pães de forma embalados que compram no supermercado. Pensem na forma como o pão é feito nas padarias. Os objetivos dos patrões no ramo da panificação ao utilizarem melhorantes são os seguintes: aumentar as vendas, reduzir custos operacionais e fidelizar clientes. Em nenhum dos parâmetros é considerada a nossa saúde. Além dos E's (conservantes, emulsionantes e tratamentos), muito do pão que se compra nas superfícies comerciais está carregado de açúcar - a adição à glicose pode criar tanta dependência como uma droga. Ora, no Ayurveda qualquer adição serve para desvirtuar o nosso Sattva (estado calmo e equilibrado da mente). Seja para dar um boost desmesurado (rajas), seja para colocar um travão letárgico (tamas) à nossa mente/corpo. A sugestão de hoje, além de saborosa, convida-nos a ser mais criteriosos na hora de ir a uma superfície comercial. Comecem a ler os rótulos dos produtos que compram. Se não conhecerem o nome de algum ingrediente, desconfiem. Façam em casa, vocês mesmos. Deem atenção à maneira como nutrem o vosso corpo. Ele é o reflexo da vossa mente... e vice-versa.



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